A população autóctone, ou seja, aquela que é originaria das terras em que habita e cujos ancestrais sempre habitaram, neste caso das terras hoje denominadas Brasil, tem sido estimada em torno de cinco milhões de habitantes espalhados em todo o território nacional e falantes de cerca de 1.000 línguas distintas.
De acordo com os dados do IBGE, hoje, a população indígena brasileira está em torno dos 700 mil habitantes, distribuídos em 240 povos indígenas, com 180 línguas. Ao pensar na densidade populacional indígenas em relação à população brasileira como um todo, verifica-se que corresponde atualmente a apenas 0,2% da população do Brasil. Esse percentual representa uma drástica redução da população indígena com relação aos 100% antes da colonização do país.
Esse fato reflete uma situação histórica onde as relações estabelecidas aconteceram em cenários que desfavorecem a população autóctone. Os colonizadores se colocaram na posição de dominadores e responsáveis pelo desbravamento das terras recém-invadidas. Nessas relações, as expressões “respeito “e “colocar-se no lugar do outro” não existiam.
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Povos indígenas e a incorporação de novos comportamentos
Foram muitas as adversidades enfrentadas pelos povos indígenas logo nos primeiros contatos com os portugueses. Muitos que aqui aportaram chegaram a duvidar da condição humana indígena e se questionavam se estes seriam gente ou se seriam animais. Esse conflito decorria das diferenças de padrões de comportamento sociocultural entre povos tão distintos.
Historicamente percebeu-se que essas diferenças não foram respeitadas. Isso serviu de mote para querer transformar a população nativa a qualquer custo, seja como imposição de um novo credo religioso, seja com a imposição de novos valores e comportamento social.
Sob olhar do colonizador, os povos indígenas estavam completamente fora de ordem, da razão e da organização social que se esperava. Por isso deveriam comportar-se nos moldes e padrões sociais por eles estabelecidos: usar vestimentas, falar o português, rezar e mudar completamente sua religião e trabalhar em monoculturas são apenas algumas mudanças impostas.
Mesmo com a destruição e morte de populações indígenas inteiras, provocadas por doenças trazidas pelo “homem branco”, pelos enfrentamentos (ação das bandeiras que caçavam e aprisionavam indígenas para o trabalho escravo), muitos povos resistiram e continuam a resistir.
As nações e povos indígenas fazem parte da grande nação brasileira.
A realidade social e linguística das populações indígenas também apresenta uma importante variação. Há falantes exclusivos do português como os Pankararu ( PE, MG, BA) os Xokó (SE), os Xukuru Kariri (AL, BA, MT) e os Potiguara (PB e CE). Há indígenas que só falam a sua língua indígena. Outros falam o português e a sua língua indígena, a exemplo dos Makuxi e Wapixana (RR). Há ainda aqueles que falam mais de uma língua indígena e o português.
Alguns povos têm a densidade populacional consideravelmente alta, como, por exemplo, o povo Terena (SP), cuja população está em torno de 13.629 (censo Funasa, 2001, fonte: www.isa.org.br), outros apresentam uma população extremamente baixa como é o caso dos Ofayé (MS), que somam apenas 46 pessoas morando em uma aldeã no município de Brasilândia, Mato Grosso do Sul.
![DISTRIBUICAO INDIGENA](http://editoragrafset.com/wp-content/uploads/2016/04/DISTRIBUICAO-INDIGENA.jpg)
Distribuição Populacional Indígena no Brasil
ANDRADE, Tânia Maria de. História dos povos indígenas brasileiros. In: O Brasil indígena: um contexto amplo e diversificado: livro 8º e 9º ano. João Pessoa: Editora Grafset, 2011.
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