18 de agosto blog

O Brasil é um país rico em manifestações culturais. A causa dessa riqueza é a fusão das etnias que compõem a nacionalidade brasileira: os ameríndios, os portugueses e os africanos. Todos contribuíram com suas danças, suas superstições, seus costumes, suas histórias, seu artesanato, para a formação do grande painel que é o Folclore brasileiro. No panorama cultural potiguar encontram-se elementos folclóricos que compreendem expressões ligadas à literatura, costumes, danças, folguedos, dentre outros.

 

As manifestações folclóricas concentram-se na região do litoral leste e na porção sul do sertão potiguar, cabendo aos demais municípios apresentarem, apenas, festividades religiosas. Algumas fazem parte do Calendário Turístico de Festas Populares, merecendo destaque em suas organizações. Na sua maioria, as danças e folguedos expressam histórias, tragédias, brincadeiras, herdadas e transmitidas de geração a geração. Atualmente, os estudiosos costumam designar os autos populares ou danças dramáticas como folguedos folclóricos.

 

O folclorista baiano Edison Carneiro afirma que essas danças são tipicamente brasileiras, mas os motivos pelos quais elas se originaram são de fontes diversas e ele invoca quatro temas principais dos quais elas derivam:

1 – A luta entre cristãos e mouros, no fim da Idade Média, influenciando a Chegança de Mouros e algumas Cavalhadas no Sul do Brasil;

2 – A tragédia do mar, falando dos grandes navegadores portugueses que descobriram novas terras, a partir do século XV. O Fandango, a Chegança, a Barca, a Nau-Catarineta estão recheados dessas aventuras;

3 – O nascimento de Cristo, que inspirou danças e cantigas da Lapinha, do Pastoril, dos Reisados e de outras mais;

4 – A morte e a ressurreição que ocorrem com certos personagens humanos ou do mundo animal, como é o caso, no Rio Grande do Norte, do príncipe Sueno, no folguedo dos Congos e do Boi, no auto do Boi-Calemba.

 

As demais danças, que Mário de Andrade chamava de danças puras e que podemos simplesmente designar como danças folclóricas, são mais simples e o povo as dança para se divertir (coco, bambelô, maneiro-pau) ou para celebrar os seus santos de estimação: São João (Bandeirinhas, Capelinha); Nossa Senhora do Rosário (Dança do Espontão) e a Dança de São Gonçalo, para celebrar o aniversário do santo ou em outras ocasiões festivas. Por fim, o Araruna, um grupo à parte, genuinamente potiguar.

Na cronologia das danças norte-rio-grandenses, Cascudo informa que, oficialmente, a primeira representação de uma dessas danças foi a do Fandango, por volta de 1814, e a última delas foi a do Araruna, através do grupo homônimo, antes de sua fundação oficial em 1954.

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